terça-feira, 1 de novembro de 2016

Apenas minha história de amor, mas é a minha história preferida.

Antes de tudo, isso aqui não é uma história que acaba com final feliz, se está procurando assim talvez se decepcione um pouco, mas a vida é um livro e ainda estou escrevendo as páginas, uma certa vez me disseram que essa história termina com uma vírgula porque entre a gente nunca haveria um ponto final, então tudo que lhes prometo é contar com detalhes os melhores momentos da minha vida (até agora).

Essa história começa em 2010, quando eu tinha meus dezoito anos.

Quando a conheci eu estava em um recém namoro que não havia completado se quer um mês, fomos apresentados por meio de um amigo que me passou seu contato, eu logo fiquei encantado por ela, nossas conversas, nossas ideias, nossos gostos sempre foram parecidos, eu começava a frase e ela terminava, quando ela começava era eu quem completava o assunto, e assim fomos nos envolvendo entre um riso e outro uma música ou duas fomos ficando íntimos e quando me vi estava lá todo bobo com um sorriso que não cabia em meu rosto e deslumbrando sua foto do perfil, ela parecia um sonho, um sonho distante pois ela era de uma cidade vizinha, e bem, eu namorava, fora que uma vez o meu amigo que havia nos apresentado demonstrou interesse nela e eu até tentei conversar com ela sobre mas ela deixou bem claro que entre os dois só havia uma amizade.
Mas todas as vezes que eu ligava o computador ela estava lá para me chamar, sempre estava lá para continuarmos aquela conversa que não tínhamos acabado e dia após dia fomos nos envolvendo e tudo o que eu podia dizer pra ela era o tamanho da minha vontade de apertar ela em um forte abraço.
O meu "namoro" já não estava indo bem, eu queria algo sério e estava cansado de pedir para conhecer os pais dela, sempre nos encontrávamos as escondidas e definitivamente não era o que eu queria.
Até que no dia 27 de fevereiro recebi uma mensagem da minha amiga de outra cidade dizendo que estava vindo pra minha cidade pois o parque estava aqui e ela viria com a tia, prima e um amigo, não era nem preciso ela me chamar pois eu já estava eufórico para poder ver ela, peguei meu telefone e corri ligar para um amigo o qual me disse que iria ao parque aquele dia de babá do irmão mais novo, então pensei em chamar o meu amigo que havia me apresentado ela, ele topou ir e marcamos de nos encontrarmos no parque, corri ligar para minha namorada e todo animado contei a noticia que estava marcando com uns amigos de ir ao parque e a convidei, mas em tom de deboche ela disse:
-Pode ir lá com seus amiguinhos.
Só me lembro de ter me irritado e desligado o telefone, então reparei que o meu dia tinha tudo pra ser feliz e animado, independente de qualquer outra coisa ou alguém, então eu me arrumei escolhi uma roupa e fui ao parque e chegando lá já pude ouvir elas gritando meu nome de um brinquedo e já comecei a rir, encontrei com meu amigo e fomos esperar elas descerem do brinquedo e então pude dar o meu tão esperado abraço, ela estava tão linda e nem precisava de muito pois eu já estava bem abobalhado, só me certifiquei de não ficar olhando muito para ela, para não envergonhar ela e não me constranger, ela me chamou para ir em um brinquedo chamado samba, era um brinquedo oval onde as pessoas se sentavam uma ao lado das outras e o brinquedo ao ritmo de musica alta começava a rodar e a pular obrigando as pessoas a agarrarem firme no brinquedo, ela foi do meu lado e a gente quebrou o gelo rindo bastante. Foi então que a tia dela disse que estava com fome mas que não queria comer a comida do parque então eu dei a ideia de irmos no mercado ao lado do parque já que o mesmo ficava até tarde aberto e tinha restaurante, fomos e lá já sabendo dos gostos dela e do amigo que ela havia trazido resolvi comprar um conhaque, os olhos dela chegaram a brilhar quando me viu com aquele litro, ela foi correndo perguntar para a tia se poderia beber, e a tia disse que tudo bem pois ela ia dormir na casa da tia e os pais dela não iriam ficar sabendo, então fomos para a frente do mercado que tinha um posto de combustível que estava fechado na época, começamos a beber e começou chover, ela atravessou a rua e comprou alguns cachorros quentes para a gente, pois eu já estava ficando bem risonho graças ao conhaque.
Nossa conversa estava tão boa, apesar de não me lembrar de nada apenas deles perguntando se eu estava bem e de mim sorrindo olhando pra ela e dizendo que sim, foi então que a tia dela apareceu correndo por causa da chuva e disse para nos despedirmos pois ela já estava indo embora, e foi em direção ao carro que estava virando a esquina do parque, ela então me olhou e quis se despedir, mas então eu disse:
-Vou te acompanhar até o carro.
Então nos abraçamos e enfrentamos a chuva até o carro, mas na esquina ela me parou e embaixo da chuva ela me olhou e disse:
-Quero te pedir algo.
E então olhando pra minha boca ela disse que queria um beijo.
Então a beijei em baixo da chuva e o tempo ali parece que parou, parece até que a chuva tinha parado de cair naquele momento, então depois do beijo ela sorriu e se despediu entrando no carro.
Tudo o que eu conseguia fazer era sorrir para aliviar o coração que transbordava de alegria, então me lembrei do meu amigo, aquele que havia nos apresentado e que sentia algo por ela, senti que lhe devia explicações, então fui até ele e tentei de um jeito meio atrapalhado pedir desculpas mas que eu nada podia fazer pois ela quem havia me pedido um beijo, ele ficou um pouco chocado, mas foi bem compreensivo, foi ai que descobri que o choque dele foi porque eu namorava e me perguntou o quê eu iria fazer, foi ai que eu disse sem pensar duas vezes que terminaria meu namoro, eu estava tão feliz por ter dado certo com alguém tão especial pra mim, fui embora para casa e chegando lá liguei para a namorada dizendo que eu precisava conversar algo sério com ela mas que seria melhor deixar para falar de dia, então ela disse com um tom bravo e estressado:
-Fala agora tudo o que tiver pra falar.
Então eu disse que queria terminar o nosso namoro, e ela só conseguiu me dizer que amanhã nós conversaríamos.
Então quando eu já estava me preparando para dormir meu amigo me envia uma mensagem me convidando para ir até a cidade dela, que ele sabia onde ela morava e mais que depressa eu disse sim.
No dia seguinte nos encontramos na rodoviária (pois nenhum dos dois tinha habilitação para dirigir ainda) e partimos de ônibus, ela morava a três quarteirões da rodoviária foi fácil achar a casa dela, era uma casa grande mas nunca me importei muito com bens materiais, e ali no dia seguinte estava eu na casa dela, conhecendo os pais dela e a irmã dela, meu amigo ficou conversando com a irmã e os pais e ela me convidou para entrar no quarto dela pra conversarmos, até então nada demais, pois no quarto dela a porta dava para o corredor e tinha uma porta de madeira dessas de correr que dava para o quintal e a piscina, então eu sentei na cama dela, e ela sentou na cadeira com rodas do computador e ficamos conversando até que eu não aguentei puxei ela e dei um beijo, ai ouvi passos no corredor e afastei a cadeira com ela, então a irmã dela passa, dá uma parada na porta e diz:
-Você não namorava?
Então eu mostro o dedo sem aliança dou um largo sorriso e digo "namorava".
A irmã dela então continua a andar e quando olho para a cadeira ela estava lá sentada meio abobalhada, com a boca até meio aberta, e então a gente se olhou, sorrimos e continuamos a conversar, decidimos ir até uma sorveteria e então nos apressamos para sair do portão e nos beijamos mais uma vez, nosso dia foi ótimo, eu podia sentir todo o amor ali que nascia e isso me fazia tão bem, então chegou a hora de irmos embora, ela então me chamou para voltar no sábado pois ela ia fazer uma festa na casa dela com uns amigos da escola e eu disse que voltaria.
Durante a semana conversei com a namorada que a essa altura já era ex, e disse a ela que eu estava procurando algo sério que eu queria ter conhecido os pais dela, que eu gostaria que ela tivesse assumido melhor nosso namoro e então nosso breve namoro terminou e eu fiquei a semana toda ansioso para o sábado, conversávamos bastante pelo computador e ela confessou que não tinha muito interesse em redes sociais e que só entrava para falar comigo e que quando eu não estava ela saia ou me esperava entrar, estávamos muito ligados.
Enfim chegou o sábado e eu estava com aquele frio na barriga, ansiedade que não passava e o sábado foi maravilhoso conheci todos os amigos da escola dela, e foi tudo maravilhoso, e antes de ir embora ela me disse volta fim de semana de novo estou querendo dar continuidade a festa (mais tarde ela me confessou que todas essas festas eram apenas desculpas para me chamar pra ir visita-la).
E na outra semana estava eu lá de novo, estávamos em volta da piscina, tinha bastante vodka skyy, refrigerante e carne na churrasqueira, me sentei numa dessas cadeiras brancas de madeira que ficam perto de piscinas, ela veio e sentou na minha perna, suas bochechas já estavam coradas devido ao álcool e eu a achava cada vez mais linda, eu me apaixonava cada vez mais, até que o pai dela apareceu (não devo ter mencionado mas seu pai era advogado conhecido na cidade e dava aulas em faculdades) o pai dela veio em nossa direção e tudo que passava pela minha cabeça era que tudo ia começar a dar errado, ele só passou por nós, pegou carne na churrasqueira pediu pra ela ficar de olho nos convidados para eles não abusarem das bebidas e saiu trabalhar, então ela se levanta me puxa pela mão e diz pra vir com ela, entramos na casa ela foi até a cozinha onde a mãe dela estava e de mãos dadas comigo olhou pra mãe dela e disse que estava namorando comigo. Tentem imaginar a minha reação, pois bem não tive nenhuma, não tive tempo pra pensar em nada, só estava lá, parado inerte sem reação, até que a mãe dela diz:
-Eu já sabia, todo fim de semana ele está por aqui.
Aquilo me deu uma paz me trouxe um sentimento que nada poderia nos separar, na outra semana apareci com um par de alianças com nossos nomes e a data do parque 27 de fevereiro, foi minha vez de surpreender ela e pedir ela em namoro formalmente aos pais, que apesar de todo fim de semana me virem por lá ficaram meio receosos, o que é normal já que ela era uma princesa toda linda, inteligente, eles disseram que aceitariam mas pra ela tomar cuidado, creio que quando fui embora eles tiveram uma boa conversa com ela, sobre a vida e sobre tudo.
aqueles dias foram os melhores da minha vida, eu apenas vivia louco de saudades esperando os finais de semana, éramos o casal mais lindo e apaixonado que já se viu, as amigas dela a invejava por sermos tão perfeitos e felizes, me lembro de muitos momentos felizes, ela com aquela pele branca, aquele cabelo loiro que ela teimava que era apenas castanho claro, e talvez fossem mesmo pois eu sempre me perdia em seu olhar, aquele olhar sempre quis dizer tanto e por dentro eu morria de medo de perdê-la, as vezes me calava e sentia medo daquilo tudo não existir mais e quando ela me perguntava o porque do meu silêncio eu dizia que não era nada e apenas sorria para disfarçar, eu a amava não queria parecer fraco perto dela, nunca quis.
Éramos a combinação perfeita de beleza, de amor e safadeza, de beijos abraços e aconchegos. Sempre nos presenteávamos conforme os meses passavam, as vezes éramos sutis e discretos e outras vezes extravagantes para que todo o mundo nos visse. Um dia eu resolvi que queria eternizar aquele sentimento na pele, então fui até um tatuador e fiz nossas iniciais no meu pulso e cheguei lá no fim de semana com um band-aid tampando a tatuagem e nele estava escrito ''foi por amor'', a certa hora ela notou e ficou curiosa sobre, eu então pedi pra ela tirar, e foi ai que ela tirou com cuidado e viu ali nossas iniciais juntas ali marcadas em minha pele pela eternidade da fragilidade de uma vida. No outro mês foi a vez dela de me surpreender, ela me presenteou com uma caixa com nossa foto juntos do lado de fora e dentro tinha um perfume de presente para mim e com várias mas várias rosas dentro da caixa, eu havia amado o presente quando ela vira e me diz para pegar a foto e ler o verso, e no verso ela havia escrito "vou te amar até que a ultima rosa morra" e por baixo das rosas havia uma rosa de plástico.
Éramos assim, o casal perfeito, um inspirava o melhor no outro eu passei a desenhar expressar mais o meu amor, ela me escrevia cartas e revelava fotos para acalmar meu coração durante as semanas, as despedidas na rodoviária sempre foram duras, da janela tendo que ir embora e vendo o meu amor ficar, por assim permanecemos por um ano, nos amando da forma mais bela. Infelizmente nada foi muito fácil pois o pai dela não aceitava muito bem nosso namoro e vivia cheio de receio, como se eu me importasse com quem eles eram ou quanto dinheiro e bens eles tinham, por fim começamos brigar por causa deles, demos uma distanciada, ela havia terminado a escola e começou fazer cursinho em outra cidade para se preparar para entrar numa boa faculdade de medicina então fizemos promessas, eu prometi que o lugar dela ninguém tomaria, prometi que mesmo que aparecesse outra pessoa nunca tomaria seu lugar em meu coração, ela prometeu o mesmo, ela se foi com a promessa de se formar, de arrumar um bom emprego pra poder ser independente e sair da casa dos pais e me prometeu que eu seria a primeira pessoa que ela procuraria, bom eu acabei perdendo contato com ela, pois a ideia de a ver com outro que não eu me machucaria, me machuca só de pensar, não nos prometemos esperar, mas nos prometemos não nos perdermos, o lugar dela está aqui guardado pra quando voltar pro meu peito, e ela passou em medicina e já deve estar terminando a faculdade e eu não quero a procurar, não quero estragar nada ou dar dor de cabeça, fazer ela perder o foco, sempre ouvi dizer que quem ama deixa ir e se for verdadeiro um dia volta, tudo o que posso fazer é cuidar do meu jardim e esperar que um dia ele volte a ter mais rosas, que um dia tudo se complete de novo.

Eu disse que essa não era uma história com final feliz, mas ainda não chegou ao final, a nossa história ainda é vírgula e não ponto final, e essa ainda é a história de amor que eu mais gosto, mesmo incompleta ela é linda e me faz bem, e me trás esperança, esperança que muitas vírgulas ainda estão por vir.

2010 foi lindo mas,